Atos dos Apóstolos 4:1-37

4  Enquanto os dois estavam a falar com o povo, aproximaram-se deles os sacerdotes, o capitão do templo+ e os saduceus.+  Eles estavam irritados porque os apóstolos ensinavam o povo e declaravam abertamente a ressurreição de Jesus dentre os mortos.*+  Então, agarraram-nos* e puseram-nos na cadeia+ até ao dia seguinte, pois já tinha anoitecido.  No entanto, muitos dos que tinham escutado o discurso acreditaram, e o número de homens chegou a cerca de 5000.+  No dia seguinte, as autoridades, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém,  juntamente com Anás,+ que era o principal sacerdote, Caifás,+ João, Alexandre e todos os que eram parentes do principal sacerdote.  Colocaram Pedro e João no meio deles e interrogaram-nos: “Com que poder ou em nome de quem é que fizeram isto?”+  Então, Pedro, cheio de espírito santo,+ disse-lhes: “Líderes do povo e anciãos,  se hoje estamos a ser interrogados por causa de uma boa ação feita a um homem aleijado,+ e se querem saber quem fez esse homem ficar bom,* 10  saibam os senhores e todo o povo de Israel que é em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,+ aquele que os senhores executaram numa estaca,+ mas que Deus levantou dentre os mortos,+ sim, é por meio dele* que este homem está aqui curado, diante dos senhores. 11  Este Jesus é ‘a pedra que vocês, construtores, não levaram em conta e que se tornou a principal pedra angular’.+ 12  Além disso, não há salvação em mais ninguém, pois não há outro nome+ debaixo do céu, que tenha sido dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos.”+ 13  Quando viram a coragem de Pedro e de João, e notaram que eles eram homens comuns e sem instrução,+ ficaram admirados. E perceberam que eles tinham andado com Jesus.+ 14  Eles ficaram sem resposta,+ pois estavam a ver ali entre eles o homem que tinha sido curado.+ 15  Assim, ordenaram-lhes que saíssem do Sinédrio e começaram a discutir o assunto entre si; 16  diziam: “O que é que faremos com estes homens?+ Porque, realmente, ocorreu um sinal notável por meio deles, que passou a ser conhecido por todos os habitantes de Jerusalém,+ e não podemos negá-lo. 17  Para que isto não se espalhe ainda mais entre o povo, vamos ameaçá-los e dizer-lhes que não voltem a falar com ninguém à base deste nome.”+ 18  Por conseguinte, chamaram-nos e ordenaram-lhes que não dissessem nada nem ensinassem em nome de Jesus. 19  Contudo, Pedro e João responderam-lhes: “Julguem os senhores se é certo, à vista de Deus, obedecer-vos em vez de obedecer a Deus.+ 20  Quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” 21  Assim, depois de terem voltado a ameaçá-los, soltaram-nos por não terem encontrado nenhuma base para puni-los e também por causa do povo,+ porque todos estavam a glorificar a Deus pelo que tinha acontecido. 22  Pois o homem curado por esse milagre tinha mais de 40 anos. 23  Depois de serem soltos, foram ao encontro dos outros discípulos* e contaram o que os principais sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito. 24  Ao ouvirem isso, unidos, levantaram a voz a Deus, dizendo: “Soberano Senhor, tu és aquele que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles,+ 25  e quem, por espírito santo, disse por meio do nosso antepassado David,+ teu servo: ‘Porque é que as nações ficaram agitadas e os povos meditaram em coisas vãs? 26  Os reis da terra tomaram a sua posição, e os governantes uniram-se contra Jeová e contra o seu ungido.’+ 27  De facto, Herodes e Pôncio Pilatos+ reuniram-se nesta cidade com homens das nações e com povos de Israel contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste,+ 28  para fazerem aquilo que o teu poder e a tua vontade* predeterminaram que ocorresse.+ 29  E agora, Jeová, dá atenção às suas ameaças e concede aos teus escravos que continuem a falar a tua palavra com toda a coragem, 30  enquanto estendes a mão para curar e enquanto ocorrem sinais e milagres+ por meio do nome do teu santo servo Jesus.”+ 31  Depois de terem feito a súplica, o lugar onde estavam reunidos tremeu. Todos ficaram cheios de espírito santo+ e começaram a declarar a palavra de Deus com coragem.+ 32  Além disso, a multidão dos que creram era de um só coração e de uma só alma, e nenhum deles dizia que as coisas que possuía eram suas, mas compartilhavam tudo o que tinham.+ 33  E os apóstolos continuavam, de forma poderosa, a dar testemunho a respeito da ressurreição do Senhor Jesus,+ e todos eles eram grandemente abençoados com bondade imerecida. 34  De facto, ninguém entre eles passava necessidade,+ porque todos os que possuíam campos ou casas vendiam-nos, traziam o dinheiro da venda 35  e colocavam-no aos pés dos apóstolos.+ Depois, fazia-se a distribuição, conforme a necessidade de cada um.+ 36  Assim fez José, a quem os apóstolos chamavam Barnabé+ (que traduzido significa “filho do consolo”), um levita, natural de Chipre, 37  que possuía um pedaço de terra. Ele vendeu-o, trouxe o dinheiro e colocou-o aos pés dos apóstolos.+

Notas de rodapé

Ou: “a ressurreição dentre os mortos no caso de Jesus”.
Ou: “prenderam-nos”. Lit.: “deitaram-lhes as mãos”.
Ou: “salvou esse homem”.
Ou, possivelmente: “é nesse nome”.
Ou: “do seu próprio povo”.
Ou: “o teu conselho”.

Notas de estudo

capitães do templo: No texto grego deste versículo aparece apenas a palavra para “capitães”. Mas Lucas refere-se a eles no versículo 52 como “capitães do templo”. Assim, a expressão completa “capitães do templo” foi usada aqui. Lucas é o único escritor bíblico que menciona estes oficiais (At 4:1; 5:24, 26), que lideravam os guardas do templo. Pode ser que os capitães do templo tenham sido incluídos na conversa com Judas para dar uma aparência de legalidade à prisão de Jesus.

os dois: Lit.: “eles”. Ou seja, Pedro e João.

o capitão do templo: Esse oficial também é mencionado em At 5:24, 26. No primeiro século EC, a pessoa que ocupava esse cargo era um sacerdote, e apenas o sumo sacerdote tinha mais autoridade do que ele. O capitão do templo supervisionava o trabalho dos sacerdotes no templo. Também era responsável por manter a ordem no templo e nos arredores. Para isso, ele usava um grupo de levitas que servia como uma força policial do templo. Havia outros capitães que lhe estavam subordinados e que supervisionavam os levitas que abriam os portões do templo de manhã e que os fechavam à noite. Os guardas levitas também protegiam o tesouro do templo, mantinham a ordem entre as multidões e certificavam-se de que ninguém entrasse em áreas restritas. Os levitas estavam divididos em 24 turmas. As turmas revezavam-se, e cada uma servia durante uma semana, duas vezes por ano. É provável que cada turma tivesse um capitão, que estava debaixo da autoridade do capitão do templo. Todos esses capitães que trabalhavam no templo eram homens influentes. Eles são mencionados juntamente com os principais sacerdotes que planearam a morte de Jesus. Na noite em que Jesus foi traído, eles foram com os seus guardas prender Jesus. — Lu 22:4 (veja a nota de estudo), 52.

os anciãos: Veja a nota de estudo em Mt 16:21.

anciãos: Lit.: “homens idosos”. Na Bíblia, a palavra grega presbýteros refere-se principalmente a uma pessoa que tem autoridade e responsabilidade numa comunidade ou nação. Embora essa palavra, às vezes, possa ser usada para indicar idade (como acontece em Lu 15:25; At 2:17), não se refere apenas a quem é idoso. Neste versículo, a palavra “anciãos” refere-se a homens de autoridade entre os judeus. Muitas vezes, eles são mencionados juntamente com outros dois grupos: os principais sacerdotes e os escribas. O Sinédrio era formado por homens desses três grupos. — Mt 21:23; 26:3, 47, 57; 27:1, 41; 28:12; veja o Glossário, “Ancião; Homem idoso”.

do principal sacerdote Anás, e de Caifás: Lucas menciona que João iniciou o seu ministério nos dias em que os sacerdotes judaicos eram liderados por dois homens poderosos. Anás foi designado sumo sacerdote por Quirino, governador romano da Síria, por volta de 6 ou 7 EC, e serviu nessa função até cerca de 15 EC. Parece que mesmo depois de Anás ser deposto pelos romanos, deixando de ser oficialmente o sumo sacerdote, ele continuou a ter o mesmo poder e respeito, e era a autoridade judaica mais influente. Cinco dos filhos de Anás foram sumo sacerdotes, e o seu genro, Caifás serviu nessa posição de cerca de 18 EC a cerca de 36 EC. Portanto, o sumo sacerdote em 29 EC era Caifás. Mas, por causa da importância de Anás, ele podia ser chamado “principal sacerdote”. — Jo 18:13, 24; At 4:6.

Anás, [...] o principal sacerdote: Anás foi designado sumo sacerdote por Quirino, governador romano da Síria, por volta do ano 6 ou 7 EC e serviu nessa função até cerca de 15 EC. Parece que mesmo depois de Anás ser deposto pelos romanos, deixando de ser oficialmente o sumo sacerdote, ele continuou a ter o mesmo poder e respeito, e era a autoridade judaica mais influente. Cinco dos filhos de Anás foram sumo sacerdotes, e o seu genro, Caifás, serviu nessa posição desde cerca de 18 EC até cerca de 36 EC. (Veja a nota de estudo em Lu 3:2.) O Evangelho de João também se refere a Anás como “o principal sacerdote”. (Jo 18:13, 19) A palavra grega traduzida aqui como “principal sacerdote” (arkhiereús) era usada para se referir tanto ao sumo sacerdote como a outros sacerdotes importantes, incluindo ex-sumo sacerdotes. — Veja o Glossário, “Principal sacerdote”.

Caifás: Este sumo sacerdote, nomeado pelos romanos, era um diplomata habilidoso. Caifás conseguiu ficar no cargo de sumo sacerdote durante mais tempo do que todos os que ocuparam esse cargo pouco antes dele. Ele foi nomeado por volta de 18 EC e continuou no cargo até por volta de 36 EC. Foi ele que interrogou Jesus e o entregou a Pilatos. (Mt 26:3, 57; Jo 11:49; 18:13, 14, 24, 28) Esta é a única vez que Caifás é mencionado por nome no livro de Atos. Depois disso, o livro refere-se sempre a ele como “o sumo sacerdote”. — At 5:17, 21, 27; 7:1; 9:1.

o Nazareno: Veja a nota de estudo em Mr 10:47.

executaram numa estaca: Ou: “pregaram numa estaca (num poste)”. — Veja a nota de estudo em Mt 20:19 e o Glossário, “Madeiro; Estaca”; “Estaca de tortura”.

matem na estaca: Ou: “preguem numa estaca (num poste)”. Esta é a primeira das mais de 40 vezes em que aparece o verbo grego stauróo nas Escrituras Gregas Cristãs. Esse verbo está relacionado com o substantivo grego staurós, que é traduzido como “estaca de tortura”. (Veja as notas de estudo em Mt 10:38; 16:24; 27:32 e o Glossário, “Madeiro; Estaca”; “Estaca de tortura”.) A Septuaginta grega usa o verbo stauróo em Est 7:9, no relato em que o rei Assuero mandou pendurar Hamã num madeiro que tinha mais de 20 metros de altura. No grego clássico, o verbo stauróo significava “cercar com estacas, construir uma paliçada”.

o Nazareno: Expressão usada para se referir a Jesus e, mais tarde, aos seus discípulos. (At 24:5) Alguns nomes eram comuns entre os judeus, incluindo o nome Jesus, e, por isso, muitos acrescentavam ao nome alguma palavra ou expressão para identificar a pessoa. Nos tempos bíblicos, era costume associar a pessoa ao seu lugar de origem. (2Sa 3:2, 3; 17:27; 23:25-39; Na 1:1; At 13:1; 21:29) Visto que Jesus passou a maior parte da sua vida na Terra em Nazaré, na Galileia, era natural que lhe chamassem “o Nazareno”. Várias pessoas usavam essa expressão para se referir a ele, em diversas situações. (Mr 1:23, 24; 10:46, 47; 14:66-69; 16:5, 6; Lu 24:13-19; Jo 18:1-7) O próprio Jesus aceitou esse nome e usou-o. (Jo 18:5-8; At 22:6-8) Na placa que Pilatos colocou na estaca de Jesus, ele escreveu em hebraico, latim e grego: “Jesus, o Nazareno, o Rei dos judeus”. (Jo 19:19, 20) A partir do Pentecostes de 33 EC, os apóstolos e outros, muitas vezes, chamaram a Jesus “o Nazareno” ou disseram que ele era de Nazaré. — At 2:22; 3:6; 4:10; 6:14; 10:38; 26:9; veja também a nota de estudo em Mt 2:23.

a principal pedra angular: Veja a nota de estudo em Mt 21:42.

a principal pedra angular: Ou: “a pedra mais importante”. A expressão hebraica que aparece no Sal 118:22 e a expressão grega usada aqui significam literalmente “a cabeça da esquina”. Embora existam opiniões diferentes sobre o significado dessa expressão, aparentemente, refere-se à pedra que era colocada em cima da quina formada por duas paredes. Essa pedra unia firmemente as duas paredes. Jesus citou essa profecia e explicou que ele próprio era “a principal pedra angular”. Assim como essa pedra no topo de uma construção era bem visível, Jesus seria a pedra mais destacada e importante da congregação de cristãos ungidos, que é comparada a um templo ou casa espiritual.

coragem: Ou: “franqueza”. O substantivo grego usado aqui, parresía, também pode ser traduzido como “confiança [ou: “liberdade ao falar”]”. (1Jo 5:14, nota de rodapé) Essa palavra e o verbo relacionado parresiázomai, com frequência traduzido como “falar corajosamente (com coragem)”, aparecem muitas vezes no livro de Atos, deixando claro que a coragem era uma característica marcante da pregação dos cristãos. — At 4:29, 31; 9:27, 28; 13:46; 14:3; 18:26; 19:8; 26:26.

sem instrução: Ou: “iletrados”. A palavra grega que aparece aqui (agrámmatos) pode referir-se a alguém analfabeto, mas neste contexto provavelmente refere-se a alguém que não estudou nas escolas rabínicas. Pelos vistos, a maioria dos judeus no primeiro século EC sabia ler e escrever. Um dos motivos para isso talvez fosse porque muitas sinagogas também funcionavam como escolas. Mas, assim como Jesus, os apóstolos Pedro e João não tinham estudado nas escolas rabínicas. (Compare com Jo 7:15.) A elite religiosa dos dias de Jesus considerava que as escolas rabínicas eram os únicos lugares aceitáveis para uma pessoa receber formação religiosa. Os fariseus e os saduceus, sem dúvida, achavam que Pedro e João não estavam qualificados para ensinar o povo ou dar explicações sobre a Lei. Além disso, Pedro e João eram da Galileia, uma região onde a maioria das pessoas eram agricultores, pastores e pescadores. Tanto os líderes religiosos como outros de Jerusalém e da Judeia desprezavam os galileus e consideravam que Pedro e João eram pessoas “comuns e sem instrução”. (Jo 7:45-52; At 2:7) Mas a opinião de Deus sobre eles era completamente diferente. (1Co 1:26-29; 2Co 3:5, 6; Tg 2:5) Antes de morrer, o Filho de Deus tinha dado muito treino e instrução aos seus discípulos, incluindo Pedro e João. (Mt 10:1-42; Mr 6:7-13; Lu 8:1; 9:1-5; 10:1-42; 11:52) E, depois de ser ressuscitado, Jesus continuou a ensinar os seus discípulos por meio do espírito santo. — Jo 14:26; 16:13; 1Jo 2:27.

do Sinédrio: Veja a nota de estudo em Lu 22:66.

o Sinédrio: O Sinédrio era o supremo tribunal judaico e ficava em Jerusalém. A palavra grega traduzida como “Sinédrio” (synédrion) significa literalmente “sentar-se com”. Embora fosse uma palavra genérica para uma assembleia ou reunião, em Israel, podia referir-se a um tribunal religioso. A palavra grega podia referir-se tanto aos membros do tribunal como ao local onde o tribunal se reunia. — Veja a nota de estudo em Mt 5:22 e o Glossário; veja também a possível localização do Sinédrio no Apêndice B12-A.

milagre: Ou: “sinal”. A palavra grega semeíon, muitas vezes traduzida como “sinal”, refere-se aqui a um milagre que dá evidência do apoio de Deus.

Soberano Senhor: A palavra grega usada aqui, despótes, tem o sentido básico de “amo; senhor; dono”. (1Ti 6:1; Tit 2:9; 1Pe 2:18) Quando é usada para se dirigir diretamente a Deus, como acontece aqui e em Lu 2:29 e Ap 6:10, ela é traduzida como “Soberano Senhor”, para transmitir a ideia de que Jeová é muito superior a qualquer outro “senhor”. Outras traduções usam expressões como “Senhor”, “Amo”, “Mestre”, “Soberano” e “Governante (Amo; Senhor) de todos”. Algumas traduções das Escrituras Gregas Cristãs para o hebraico traduzem despótes como ʼAdhonaí (Soberano Senhor), mas pelo menos uma tradução usa o Tetragrama aqui.

o Messias: Ou: “o Ungido”. A palavra grega Messías (uma transliteração da palavra hebraica mashíahh) aparece apenas duas vezes nas Escrituras Gregas Cristãs. (Veja Jo 4:25.) A palavra hebraica mashíahh é, na verdade, um título que vem do verbo masháhh, que significa “passar ou espalhar (um líquido)” ou “ungir”. (Êx 29:2, 7) Nos tempos bíblicos, quando um sacerdote, um governante ou um profeta era escolhido, alguém o ungia, ou seja, derramava óleo na sua cabeça. (Le 4:3; 1Sa 16:3, 12, 13; 1Rs 19:16) Aqui, em Jo 1:41, o apóstolo João explica que o título “Messias” traduzido é Cristo. O título “Cristo” (em grego, Khristós) aparece mais de 500 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs e tem o mesmo significado do título “Messias”, ou seja, “ungido”. — Veja a nota de estudo em Mt 1:1.

Jeová: Esta é uma citação do Sal 2:2. No texto hebraico original desse salmo, aparecem as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH). — Veja o Apêndice C1.

o seu ungido: Ou: “o seu Cristo; o seu Messias”. A palavra grega usada aqui é Khristós, de onde vem o título “Cristo”. Este versículo é uma citação do Sal 2:2, onde aparece a palavra hebraica correspondente mashíahh (ungido). É dessa palavra que vem o título “Messias”. — Veja as notas de estudo em Lu 2:26; Jo 1:41; At 4:27.

a quem ungiste: Ou: “a quem fizeste Cristo (Messias)”. O título Khristós (Cristo) vem do verbo grego khrío, traduzido aqui como “ungiste”. Esse verbo significa literalmente “derramar óleo sobre alguém”. Mas, nas Escrituras Gregas Cristãs, é sempre usado em sentido figurado e sagrado, e refere-se a Deus colocar alguém à parte para uma designação especial debaixo da sua direção. Esse verbo grego também aparece em Lu 4:18; At 10:38; 2Co 1:21 e He 1:9. As Escrituras Gregas Cristãs usam outro verbo grego, aleífo, quando querem transmitir a ideia de passar ou derramar no corpo azeite ou óleo perfumado em sentido literal. Por exemplo, era costume usar óleo perfumado ou azeite depois de a pessoa se lavar, quando alguém estava doente ou quando um corpo estava a ser preparado para ser sepultado. — Mt 6:17; Mr 6:13; 16:1; Lu 7:38, 46; Tg 5:14.

o Cristo: Ou: “o Ungido; o Messias”. O título “Cristo” vem da palavra grega Khristós e corresponde ao título “Messias” (do hebraico Mashíahh). Tanto a palavra grega como a hebraica significam “ungido”. — Veja a nota de estudo em Mt 1:1 e a nota de estudo em o Cristo de Jeová neste versículo.

a quem ungiste: Ou: “a quem fizeste Cristo (Messias)”. O título Khristós (Cristo) vem do verbo grego khrío, traduzido aqui como “ungiste”. Esse verbo significa literalmente “derramar óleo sobre alguém”. Mas, nas Escrituras Gregas Cristãs, é sempre usado em sentido figurado e sagrado, e refere-se a Deus colocar alguém à parte para uma designação especial debaixo da sua direção. Esse verbo grego também aparece em Lu 4:18; At 10:38; 2Co 1:21 e He 1:9. As Escrituras Gregas Cristãs usam outro verbo grego, aleífo, quando querem transmitir a ideia de passar ou derramar no corpo azeite ou óleo perfumado em sentido literal. Por exemplo, era costume usar óleo perfumado ou azeite depois de a pessoa se lavar, quando alguém estava doente ou quando um corpo estava a ser preparado para ser sepultado. — Mt 6:17; Mr 6:13; 16:1; Lu 7:38, 46; Tg 5:14.

Jeová: As palavras deste versículo fazem parte de uma oração que começa no versículo 24. Os discípulos estavam a orar ao “Soberano Senhor” (At 4:24b), em grego despótes. Essa palavra grega também foi usada para se dirigir a Deus na oração registada em Lu 2:29. Na oração aqui em Atos, os discípulos referiram-se a Jesus como “o teu santo servo”. (At 4:27, 30) Parte da oração é uma citação do Sal 2:1, 2, onde aparece o nome de Deus. (Veja a nota de estudo em At 4:26.) Além disso, quando os discípulos pediram que Jeová desse atenção às suas ameaças, ou seja, às ameaças do Sinédrio, eles usaram palavras que fazem lembrar orações que estão registadas nas Escrituras Hebraicas, como em 2Rs 19:16, 19 e Is 37:17, 20, onde o nome de Deus aparece. — Veja o Apêndice C3 (introdução; At 4:29).

Jeová: Esta é uma citação do Sal 2:2. No texto hebraico original desse salmo, aparecem as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH). — Veja o Apêndice C1.

milagres: Ou: “presságios”. A palavra grega traduzida aqui como “milagres” é o plural de téras. Nas Escrituras Gregas Cristãs, é usada juntamente com a palavra semeíon (“sinal”), as duas sempre no plural. (Mt 24:24; Jo 4:48; At 7:36; 14:3; 15:12; 2Co 12:12) Basicamente, téras refere-se a qualquer coisa que cause espanto ou admiração. Quando é claro que o “milagre” se refere a um acontecimento futuro, como ocorre neste versículo, a nota de estudo apresentará a tradução alternativa “Ou: presságios”.

milagres: Ou: “presságios”. — Veja a nota de estudo em At 2:19.

terem feito a súplica: Ou: “terem orado fervorosamente”. O verbo grego déomai, traduzido aqui como “terem feito a súplica”, refere-se a orar de forma sincera e com fortes sentimentos. O substantivo relacionado déesis (súplica) pode ser definido como “apelo sincero e fervoroso”. Nas Escrituras Gregas Cristãs, este substantivo é usado apenas com respeito a pedidos feitos a Deus. Até Jesus “fez pedidos e súplicas, com fortes clamores e lágrimas, Àquele que era capaz de o salvar da morte”. (He 5:7) O facto de a palavra “súplicas” estar no plural mostra que Jesus implorou a Jeová mais de uma vez. Na última noite antes de morrer, Jesus fez várias orações fervorosas no jardim de Getsémani. — Mt 26:36-44; Lu 22:32.

a palavra de Deus: Esta expressão aparece muitas vezes no livro de Atos. (At 6:2, 7; 8:14; 11:1; 13:5, 7, 46; 17:13; 18:11) Aqui, refere-se à mensagem dada por Jeová Deus aos cristãos, que destaca o papel importante de Jesus Cristo na realização do propósito de Deus.

era de um só coração e de uma só alma: Esta expressão descreve a união e a harmonia que existiam entre todos os que se tinham tornado cristãos. O texto de Fil 1:27 usa uma expressão parecida, “com uma só alma”, que também poderia ser traduzida como “com um só objetivo” ou “como um só homem”. Nas Escrituras Hebraicas, a expressão “um só coração” é usada em 1Cr 12:38 (nota de rodapé) e em 2Cr 30:12 (nota de rodapé) para falar da união de objetivos e ações. Além disso, as palavras “coração” e “alma” aparecem frequentemente juntas para se referirem a tudo o que uma pessoa é por dentro. (De 4:29; 6:5; 10:12; 11:13; 26:16; 30:2, 6, 10) Aqui, a expressão “era de um só coração e de uma só alma” é usada de forma parecida e poderia ser traduzida como “estava completamente unida, com os mesmos pensamentos e objetivos”. Isso estava de acordo com a oração que Jesus tinha feito a pedir que os seus discípulos permanecessem unidos, apesar das suas diferentes formações. — Jo 17:21.

filho do: Em hebraico, aramaico e grego a expressão “filho(s) de” pode ser usada para indicar uma qualidade ou característica que se destaca numa pessoa ou para identificar um grupo de pessoas. Por exemplo, em De 3:18, a expressão “homens valentes” significa literalmente “filhos da habilidade” e refere-se a guerreiros corajosos. Em Jó 1:3, a expressão “orientais” significa literalmente “filhos do Oriente”. E, em 1Sa 25:17, a expressão “homem [...] imprestável” significa literalmente “filho de belial”, ou seja, “filho da inutilidade”. Nas Escrituras Gregas Cristãs, a expressão “filhos de” é usada para falar de pessoas que têm certo modo de agir ou apresentam uma determinada característica, como por exemplo nas expressões “filhos do Altíssimo”, “filhos da luz e filhos do dia”, e “filhos da desobediência”. — Lu 6:35; 1Te 5:5; Ef 2:2.

filho do consolo: Ou: “filho do encorajamento”. Esta é a tradução do nome Barnabé, que foi dado pelos apóstolos a um discípulo chamado José. Eles talvez tenham dado esse nome para identificar facilmente esse discípulo, porque o nome José era muito comum entre os judeus. (Compare com At 1:23.) A expressão “filho(s) de” era às vezes usada para indicar uma qualidade ou característica que se destaca numa pessoa. (Veja a nota de estudo em filho do neste versículo.) Pelos vistos, José era chamado “filho do consolo” porque tinha como característica marcante encorajar e consolar outros. O texto de At 11:22, 23 diz que José (Barnabé) foi enviado à congregação de Antioquia da Síria, onde “começou a encorajar” os seus companheiros cristãos. O verbo traduzido em At 11:23 como “encorajar” (parakaléo) está relacionado com a palavra grega traduzida como “consolo” (paráklesis) neste versículo.

Multimédia

O Sinédrio
O Sinédrio

O supremo tribunal judaico, formado por 71 membros, era chamado Grande Sinédrio e ficava em Jerusalém. (Veja o Glossário, “Sinédrio”.) De acordo com a Mishná, os membros do Sinédrio sentavam-se num semicírculo de três degraus, e dois escrivães registavam as decisões do tribunal. Alguns dos detalhes arquitetónicos mostrados aqui baseiam-se numa estrutura descoberta em Jerusalém que alguns acreditam ser a Sala do Conselho, do primeiro século EC. — Veja o mapa “Jerusalém e Proximidades” no Apêndice B12-A.

1. Sumo sacerdote

2. Membros do Sinédrio

3. Acusado

4. Escrivães