As Boas Novas Segundo João 13:1-38

13  Antes da Festividade da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a hora+ de deixar este mundo e ir para o Pai.+ Assim, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.+  Eles estavam a tomar a refeição,* e o Diabo já tinha posto no coração de Judas Iscariotes,+ filho de Simão, a ideia de o trair.+  Jesus sabia que o Pai tinha entregado todas as coisas nas suas mãos e que tinha vindo de Deus e ia para Deus;+  assim, ele levantou-se da mesa e tirou a sua capa.* Pegou então numa toalha e atou-a à cintura.+  Depois, colocou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha que tinha à cintura.+  Então, chegou a Simão Pedro. Este disse-lhe: “Senhor, tu vais lavar-me os pés?”  Jesus respondeu-lhe: “O que estou a fazer, não o entendes agora, mas entenderás depois destas coisas.”  Pedro disse-lhe: “Tu nunca me lavarás os pés.” Jesus respondeu-lhe: “Se eu não te lavar,+ não tens parte comigo.”  Simão Pedro respondeu-lhe: “Senhor, então lava-me não só os pés, mas também as mãos e a cabeça.” 10  Jesus disse-lhe: “Quem tomou banho está completamente limpo+ e não precisa de lavar nada senão os pés. E vocês estão limpos, mas nem todos.” 11  Pois ele sabia quem o estava a trair.+ Foi por isso que disse: “Nem todos vocês estão limpos.” 12  Então, depois de lhes lavar os pés e pôr a sua capa,* ele recostou-se novamente à mesa e disse-lhes: “Compreendem o que eu vos fiz? 13  Vocês chamam-me ‘Instrutor’+ e ‘Senhor’, e estão certos, pois eu o sou.+ 14  Portanto, se eu, o Senhor e Instrutor, lavei os vossos pés,+ vocês também devem lavar os pés uns dos outros.+ 15  Pois estabeleci-vos o modelo, a fim de que, assim como eu vos fiz, vocês também o façam.+ 16  Digo-vos com toda a certeza: O escravo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.+ 17  Se sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem.+ 18  Não me refiro a todos vocês; conheço os que eu escolhi. Mas é para que se cumpra esta passagem das Escrituras:+ ‘Aquele que comia do meu pão voltou-se contra mim.’+ 19  Digo-vos isto agora, antes que ocorra, para que, quando ocorrer, acreditem em quem eu sou.+ 20  Digo-vos com toda a certeza: Quem recebe a qualquer um que eu envio também me recebe a mim,+ e quem me recebe, recebe também Aquele que me enviou.”+ 21  Depois de dizer isto, Jesus ficou profundamente angustiado, e declarou:* “Digo-vos com toda a certeza: Um de vocês vai trair-me.”+ 22  Os discípulos começaram a olhar uns para os outros, sem saber sobre qual deles ele estava a falar.+ 23  Um dos seus discípulos, aquele a quem Jesus amava,+ estava recostado perto de Jesus. 24  Portanto, Simão Pedro acenou com a cabeça para esse discípulo e disse-lhe: “Diz-nos a respeito de quem ele está a falar.” 25  Assim, ele encostou-se ao peito de Jesus e perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”+ 26  Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão que vou molhar na tigela.”+ Então, depois de molhar o pão, ele deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27  Depois de Judas ter pegado no pedaço de pão, Satanás entrou nele.+ Então, Jesus disse-lhe: “O que estás a fazer, fá-lo mais depressa.” 28  Mas nenhum dos que se recostavam à mesa entendeu por que motivo lhe disse isso. 29  De facto, visto que Judas cuidava da caixa do dinheiro,+ alguns pensavam que Jesus lhe estava a dizer: “Compra o que precisamos para a festividade”, ou que devia dar alguma coisa aos pobres. 30  Assim, depois de receber o pedaço de pão, saiu imediatamente. Era noite.+ 31  Portanto, depois de ele ter saído, Jesus disse: “Agora o Filho do Homem é glorificado,+ e Deus é glorificado por meio dele. 32  O próprio Deus o glorificará,+ e irá glorificá-lo imediatamente. 33  Meus queridos filhos, estou convosco mais um pouco. Vocês vão procurar-me e, assim como disse aos judeus, agora também vos digo: ‘Para onde eu vou, vocês não podem ir.’+ 34  Dou-vos um novo mandamento: Que se amem uns aos outros; assim como eu vos amei,+ amem-se também uns aos outros.+ 35  Por meio disto todos saberão que são meus discípulos: se tiverem amor entre vocês.”+ 36  Simão Pedro disse-lhe: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas vais seguir-me depois.”+ 37  Pedro disse-lhe: “Senhor, porque é que não te posso seguir agora? Por ti darei a minha vida.”+ 38  Jesus respondeu: “Darás a tua vida por mim? Digo-te com toda a certeza: O galo de modo algum cantará até que tu me tenhas negado três vezes.”+

Notas de rodapé

Ou, possivelmente: “A refeição estava a ser preparada”.
Ou: “as suas roupas exteriores”.
Ou: “as suas roupas exteriores”.
Ou: “e deu testemunho, dizendo”.

Notas de estudo

a Páscoa: Jesus iniciou o seu ministério depois do seu batismo, que aconteceu por volta do mês de outubro de 29 EC. Visto que a Páscoa mencionada aqui foi celebrada pouco tempo depois, tudo indica que tenha sido a Páscoa de nisã (março/abril) do ano 30 EC. (Veja a nota de estudo em Lu 3:1 e o Apêndice A7-B.) Quando os quatro Evangelhos são analisados juntos, há fortes indicações de que foram celebradas quatro Páscoas durante o ministério de Jesus. Por isso, é possível concluir que o seu ministério tenha durado três anos e meio. A única Páscoa mencionada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas (também conhecidos como Evangelhos sinópticos) é a da ocasião da morte de Jesus. O Evangelho de João fala de modo específico de três Páscoas. (Jo 2:13; 6:4; 11:55) Em Jo 5:1, é bem provável que João estivesse a falar de mais uma Páscoa quando usou a expressão “uma festividade dos judeus”. Este exemplo mostra como é importante comparar os Evangelhos para ter uma visão mais completa da vida de Jesus. — Veja as notas de estudo em Jo 5:1; 6:4; 11:55.

da Festividade da Páscoa: Ou seja, a Páscoa de 33 EC. — Veja a nota de estudo em Jo 2:13.

tendo amado: A partir deste capítulo, o amor torna-se um dos temas principais do Evangelho de João. Nos primeiros 12 capítulos de João, o verbo grego agapáo (amar) e o substantivo grego agápe (amor) aparecem um total de oito vezes. Mas, nos capítulos 13 a 21, aparecem um total de 36 vezes. Na verdade, em nenhuma outra parte da Bíblia o amor que Jesus tem pelo seu Pai e pelos seus discípulos recebe mais destaque. Por exemplo, apesar de todos os Evangelhos falarem sobre o amor que Jesus tem por Jeová, apenas Jo 14:31 menciona que Jesus disse especificamente: “Eu amo o Pai.” João relatou também que, quando Jesus deu os seus últimos conselhos aos seus discípulos antes de morrer, ele não apenas disse que Jeová o amava, mas também explicou porquê. — Jo 15:9, 10.

amou-os até ao fim: A expressão grega que aparece aqui provavelmente refere-se ao fim da vida de Jesus como humano. No entanto, outros entendem que, neste contexto, esta expressão significa “amou-os completamente; amou-os continuamente”.

a refeição: Ou: “a ceia”, referindo-se à Páscoa.

atou-a à cintura: Ou: “cingiu-se”. Lavar e secar os pés de alguém era um serviço humilde, geralmente feito por um escravo. (Jo 13:12-17) Ao fazer isso, Jesus ensinou de forma marcante aos seus discípulos qual é a atitude que Jeová espera dos seus servos. Pedro, que estava presente nessa ocasião, pode ter-se lembrado desse dia quando mais tarde aconselhou os seus irmãos: “Revistam-se [ou: “cinjam-se”] todos de humildade.” — 1Pe 5:5, nota de rodapé.

lavar os pés dos discípulos: No Israel antigo, as sandálias eram o tipo de calçado mais comum. Eram basicamente uma sola presa ao pé e ao tornozelo por tiras de couro, e, por isso, os viajantes acabavam por sujar os pés com a lama ou o pó das ruas e dos campos. Por causa disso, as pessoas tinham o costume de tirar as sandálias ao entrar numa casa, e um anfitrião hospitaleiro providenciaria que os pés dos visitantes fossem lavados. A Bíblia menciona várias vezes esse costume. (Gén 18:4, 5; 24:32; 1Sa 25:41; Lu 7:37, 38, 44) Quando Jesus lavou os pés dos discípulos, ele aproveitou esse costume para mostrar na prática o que significa ser humilde e servir outros.

que tinha à cintura: Ou: “com a qual estava cingido”. — Veja a nota de estudo em Jo 13:4.

atou-a à cintura: Ou: “cingiu-se”. Lavar e secar os pés de alguém era um serviço humilde, geralmente feito por um escravo. (Jo 13:12-17) Ao fazer isso, Jesus ensinou de forma marcante aos seus discípulos qual é a atitude que Jeová espera dos seus servos. Pedro, que estava presente nessa ocasião, pode ter-se lembrado desse dia quando mais tarde aconselhou os seus irmãos: “Revistam-se [ou: “cinjam-se”] todos de humildade.” — 1Pe 5:5, nota de rodapé.

vocês estão limpos: Em sentido literal, os apóstolos estavam completamente limpos depois de os seus pés serem lavados pelo seu Senhor. No entanto, em sentido espiritual, um deles não estava limpo. Assim como os fariseus, que figurativamente limpavam o copo e o prato por fora, mas deixavam a parte de dentro suja, Judas Iscariotes estava limpo por fora, mas estava sujo em sentido espiritual. — Mt 23:25, 26.

um caluniador: Ou: “um diabo”. A palavra grega diábolos, que na maioria das vezes se refere ao Diabo, significa “caluniador”. Nas outras três vezes que não se refere ao Diabo, foi traduzida como “caluniadoras” (1Ti 3:11; Tit 2:3) ou “caluniadores” (2Ti 3:3). Em grego, o artigo definido é quase sempre usado antes da palavra quando ela se refere ao Diabo. (Veja a nota de estudo em Mt 4:1 e o Glossário, “Artigo definido”.) Aqui, diábolos foi usada com respeito a Judas Iscariotes, que tinha desenvolvido uma característica má. É possível que, naquele momento, Jesus tivesse percebido que Judas começava a desviar-se. Mais tarde, isso permitiu que Satanás usasse Judas como seu cúmplice para fazer com que Jesus fosse morto. — Jo 13:2, 11.

ele sabia: Jesus conseguia saber o que as pessoas estavam a pensar e percebia as suas intenções. Assim, fica claro que, quando Judas foi escolhido para ser um apóstolo, ele ainda não tinha desenvolvido as características más que o levaram a trair Jesus. (Mt 9:4; Mr 2:8; Jo 2:24, 25) No entanto, quando Judas, mais tarde, começou a mudar, Jesus viu que isso estava a acontecer e soube que Judas iria traí-lo. Mesmo sabendo o que Judas faria, Jesus lavou os pés do seu traidor. — Veja as notas de estudo em Jo 6:64, 70.

Jesus sabia [...] quem o trairia: Jesus sabia que o traidor seria Judas Iscariotes. Antes de escolher os 12 apóstolos, Jesus passou a noite inteira a orar ao seu Pai. (Lu 6:12-16) Por isso, quando Judas foi escolhido, era fiel a Deus. No entanto, Jesus sabia, com base nas Escrituras Hebraicas, que seria traído por uma pessoa muito próxima. (Sal 41:9; 109:8; Jo 13:18, 19) Visto que Jesus podia perceber o que as pessoas tinham na mente e no coração, ele percebeu quando Judas começou a tornar-se mau. (Mt 9:4) É verdade que, quando Deus inspirou as Escrituras Hebraicas, ele usou a sua capacidade de prever o futuro para saber que um dos amigos de confiança de Jesus se tornaria um traidor. Mas a ideia de que Judas estava predestinado a ser o traidor não está em harmonia com as qualidades de Deus e com o modo como Deus sempre agiu com as pessoas.

devem: Ou: “têm a obrigação de”. O verbo grego traduzido aqui como “devem” é, muitas vezes, usado em contextos financeiros, com o sentido básico de “estar em dívida com alguém; dever algo a alguém”. (Mt 18:28, 30, 34; Lu 16:5, 7) Aqui e em outros contextos, é usado com o sentido mais amplo de ter a obrigação de fazer alguma coisa. — 1Jo 3:16; 4:11; 3Jo 8.

lavar os pés uns dos outros: O contexto mostra que Jesus estava a ensinar que os seus seguidores se devem preocupar com aquilo de que os seus irmãos precisam, não só em sentido físico, mas também em sentido espiritual. Jesus tinha acabado de lavar os pés dos seus discípulos, apesar de ser o Senhor deles, mostrando o que significava ser humilde e servir outros. Mas, mesmo depois de fazer isso, ele disse: “Vocês estão limpos, mas nem todos.” (Jo 13:10) Isso indica que Jesus não estava a falar apenas de uma limpeza em sentido físico. O texto de Ef 5:25, 26 fala de uma limpeza em sentido espiritual quando diz que Jesus purifica a congregação “com o banho de água através da palavra” da verdade. Os discípulos de Jesus poderiam imitar o exemplo dele por se ajudarem uns aos outros a manter-se limpos espiritualmente, afastados de tentações e de laços com este mundo que poderiam contaminá-los. — Gál 6:1; He 10:22; 12:13.

o enviado: Ou: “o mensageiro (emissário); o apóstolo”. A palavra grega apóstolos vem do verbo apostéllo, que significa “enviar”. Foi traduzida como “apóstolo(s)” em quase todas as 80 vezes que aparece nas Escrituras Gregas Cristãs. (Em Fil 2:25, essa palavra grega aparece na expressão traduzida como “aquele que enviaram”.) No Evangelho de João, a palavra apóstolos aparece apenas aqui. — Mt 10:5; Lu 11:49; 14:32; veja as notas de estudo em Mt 10:2; Mr 3:14 e o Glossário, “Apóstolo”.

apóstolos: Ou: “enviados”. A palavra grega apóstolos vem do verbo apostéllo, que significa “enviar”. (Mt 10:5; Lu 11:49; 14:32) O sentido básico dessa palavra pode ser visto claramente em Jo 13:16, onde é traduzida como “o enviado”.

apóstolos: Ou: “enviados”. A palavra grega apóstolos vem do verbo apostéllo, que é usado no final do versículo e foi traduzido como “enviaria”. — Veja a nota de estudo em Mt 10:2.

comia do meu pão: Comer pão com alguém era um sinal de amizade e indicava que havia paz entre o convidado e o seu anfitrião. (Gén 31:54; compare com Êx 2:20 e 18:12, onde a expressão hebraica para “comer pão” foi traduzida como “coma” e “comer uma refeição”.) Alguém que, depois de comer pão com o seu anfitrião, lhe fizesse algum mal era considerado o pior dos traidores. — Sal 41:9.

voltou-se contra mim: Lit.: “levantou o seu calcanhar contra mim”. Jesus estava a citar as palavras proféticas do Sal 41:9, que diz ‘se voltou contra mim’ (lit.: “levantou o seu calcanhar contra mim”). David, que foi o escritor desse salmo, estava a falar em sentido figurado sobre alguém em quem ele confiava, mas que o traiu. Esse traidor talvez fosse Aitofel, que serviu como “conselheiro de David”. (2Sa 15:12) Jesus aplicou essas palavras a Judas Iscariotes. Assim, aqui, a expressão “levantar o calcanhar” refere-se a realizar um ato de traição com a intenção de prejudicar.

ao lado do Pai: Lit.: “no seio do Pai”. Dizer que uma pessoa estava “no seio de” outra pessoa era uma figura de estilo que indicava que elas tinham uma amizade achegada ou grande consideração uma pela outra. Essa figura de estilo vinha, muito provavelmente, do costume que as pessoas tinham naquela época de tomar refeições deitadas lado a lado em divãs, o que permitia que um amigo se encostasse ao peito do outro. (Jo 13:23-25) Ao dizer que Jesus estava “no seio do Pai”, João estava a indicar que Jesus é o melhor amigo de Jeová. Portanto, não há ninguém melhor do que Jesus para revelar quem Jeová é e explicar a sua personalidade. — Mt 11:27.

João: Este nome em português equivale aos nomes hebraicos Jeoanã ou Joanã, que significam “Jeová mostrou favor” ou “Jeová foi bondoso”. O escritor deste Evangelho não se identifica, mas escritos dos séculos 2 e 3 EC dizem que o apóstolo João foi o escritor. Sempre que o nome João é usado neste Evangelho, refere-se a João Batista, com a exceção de Jo 1:42 e 21:15-17, onde Jesus se refere ao pai de Pedro e João. (Veja as notas de estudo em Jo 1:42 e 21:15.) Apesar de o apóstolo João não ser citado por nome, ele e Tiago (o seu irmão) são mencionados como “os filhos de Zebedeu”. (Jo 21:2; Mt 4:21; Mr 1:19; Lu 5:10; veja a nota de estudo em Jo 1:6.) Nos versículos finais do Evangelho, o escritor fala de si mesmo como “o discípulo que Jesus amava” (Jo 21:20-24), e há bons motivos para acreditar que essa expressão se refira ao apóstolo João. — Veja a nota de estudo em Jo 13:23.

João: Ou seja, João Batista. Quando o apóstolo João escreveu este Evangelho, referiu-se a João Batista 19 vezes. Mas, ao contrário de Mateus, Marcos e Lucas, ele não usou nenhuma vez os termos “Batista” ou “o Batizador”. (Veja as notas de estudo em Mt 3:1; Mr 1:4.) Quando o apóstolo João se referia a uma das três Marias, deixava sempre claro sobre qual delas ele estava a falar. (Jo 11:1, 2; 19:25; 20:1) No entanto, ele não precisava de fazer isso no caso de João Batista. No seu Evangelho, o apóstolo João não menciona a si mesmo por nome nenhuma vez. Assim, quando ele usava o nome “João”, todos sabiam de que João é que ele estava a falar. Esta é mais uma evidência de que o apóstolo João foi o escritor deste Evangelho. — Veja a “Introdução a João” e a nota de estudo em João: Título.

o discípulo que Jesus amava: Ou seja, aquele que Jesus amava especialmente. Esta é a última das cinco vezes que este Evangelho menciona um discípulo “que Jesus amava”. (Jo 13:23; 19:26; 20:2; 21:7, 20) Acredita-se que esse discípulo seja o apóstolo João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago. (Mt 4:21; Mr 1:19; Lu 5:10; Jo 21:2) Como mostra o contexto (Jo 21:20-24), “o discípulo que Jesus amava” era também “o discípulo [...] que escreveu estas coisas”, ou seja, o escritor do Evangelho de João. — Veja as notas de estudo em Jo Título; 1:6; 13:23.

para junto de Abraão: Lit.: “para o seio de Abraão”. A expressão “para o seio de” era uma figura de estilo. Vinha do costume que as pessoas tinham naquela época de tomar refeições deitadas lado a lado em divãs, o que permitia que um amigo se encostasse ao peito do outro. (Jo 13:23-25) Convidar alguém para a posição junto ao seio era uma demonstração de grande consideração ou amizade achegada. — Veja a nota de estudo em Jo 1:18.

ao seu lado: Lit.: “no seio dele”. — Veja a nota de estudo em Lu 16:22.

aquele a quem Jesus amava: Ou seja, aquele a quem Jesus amava especialmente. Esta é a primeira das cinco vezes que este Evangelho menciona um discípulo “a quem Jesus amava”. (Jo 13:23; 19:26; 20:2; 21:7, 20) Acredita-se que esse discípulo seja o apóstolo João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago. (Mt 4:21; Mr 1:19; Lu 5:10) Um motivo para essa conclusão é que o apóstolo João não é mencionado por nome nenhuma vez neste Evangelho. A única referência mais específica a ele está em Jo 21:2, que fala dos “filhos de Zebedeu”. Outro motivo é que Jo 21:20-24 mostra que “o discípulo que Jesus amava” foi o escritor deste Evangelho. Além disso, nesse mesmo relato, Jesus disse o seguinte sobre esse discípulo: “Se eu quiser que ele permaneça até eu vir, o que é que isso te [Pedro] importa?” Essas palavras dão a entender que o discípulo que Jesus amava viveria muito mais do que Pedro e os outros apóstolos, o que se encaixa no que aconteceu no caso do apóstolo João. — Veja as notas de estudo em Jo Título e Jo 1:6; 21:20.

perto de: Lit.: “ao seio de”. Esta expressão vem do modo como as pessoas costumavam posicionar-se à mesa para tomar uma refeição nos dias de Jesus. Os convidados deitavam-se sobre o seu lado esquerdo e apoiavam o seu cotovelo esquerdo sobre uma almofada. Assim, um convidado podia inclinar-se sobre o peito de um amigo que estivesse atrás dele para ter uma conversa particular. (Jo 13:25) Convidar alguém para tomar uma refeição “perto de” si (“ao seio”) era uma demonstração de grande consideração ou amizade achegada. Pelos vistos, algumas expressões usadas em Lucas e João vieram desse costume. — Veja as notas de estudo em Lu 16:22, 23; Jo 1:18.

para a festividade: Pelos vistos, esta festividade era a Festividade dos Pães sem Fermento, que começava logo depois da Páscoa.

queridos filhos: Esta expressão demonstra carinho. João é o único escritor dos Evangelhos que menciona que Jesus se referiu assim aos seus discípulos. A palavra grega traduzida aqui como “queridos filhos” é tekníon, que é o diminutivo de téknon (“filho”). Nas Escrituras Gregas Cristãs, o diminutivo muitas vezes é usado para indicar carinho ou intimidade. (Veja o Glossário, “Diminutivo”.) Assim, a palavra grega tekníon também poderia ser traduzida como “filhinhos” ou “filhos amados”. Nas nove vezes em que a palavra aparece nas Escrituras Gregas Cristãs, é usada em sentido figurado e refere-se a discípulos. — Gál 4:19; 1Jo 2:1, 12, 28; 3:7, 18; 4:4; 5:21.

novo mandamento: A Lei mosaica exigia que as pessoas amassem o próximo como a si mesmas. (Le 19:18) Mas não exigia que alguém amasse a ponto de dar a sua vida pelo seu próximo. O mandamento que Jesus deu era completamente “novo”, visto que ele disse aos seus discípulos: Amem-se uns aos outros assim como eu vos amei. Jesus amou os outros mais do que a si mesmo, mostrando de forma perfeita o tipo de amor que os seus seguidores precisariam de ter, um amor que levaria uma pessoa a morrer pelo seu próximo. Tanto a vida como a morte de Jesus deixaram claro o tipo de amor que esse novo mandamento exigia. — Jo 15:13.

vida: Ou: “alma”. O significado da palavra grega psykhé, que foi traduzida como “alma” nas edições anteriores da Tradução do Novo Mundo, varia de acordo com o contexto. Aqui, refere-se à vida de Pedro, que ele disse que estava disposto a dar por Jesus. — Veja o Glossário, “Alma”.

vida: Ou: “alma”. O significado da palavra grega psykhé, que foi traduzida como “alma” nas edições anteriores da Tradução do Novo Mundo, varia de acordo com o contexto. Aqui, refere-se à vida de Pedro, que ele disse que estava disposto a dar por Jesus. — Veja o Glossário, “Alma”.

vida: Ou: “alma”. O significado da palavra grega psykhé, que foi traduzida como “alma” nas edições anteriores da Tradução do Novo Mundo, varia de acordo com o contexto. Aqui, refere-se à vida de Pedro. — Veja a nota de estudo em Jo 13:37 e o Glossário, “Alma”.

O galo: Os quatro Evangelhos mencionam esta declaração de Jesus, mas o relato de Marcos é o único que acrescenta o detalhe de que o galo cantaria duas vezes. (Mt 26:34, 74, 75; Mr 14:30, 72; Lu 22:34, 60, 61; Jo 18:27) A Mishná indica que, nos dias de Jesus, as pessoas criavam galos em Jerusalém, o que apoia o relato da Bíblia. É provável que o galo tenha cantado ainda de madrugada.

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